segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Editorial

Em certa revista pertencente a uma denominação evangélica neopentecostal, consta a seguinte matéria:
“Mais de dez mil pastores assinaram uma carta na qual afirmam acreditar na teoria evolucionista de Darwin. O documento, denominado Clery Letter Project (Projeto Carta dos Clérigos), exorta os diretores de escolas norte-americanas a preservarem a integridade do currículo de ciências pela afirmação do ensino da teoria da evolução como componente central do conhecimento humano. Os signatários do documento—líderes de igrejas metodistas, episcopais e presbiterianas, dentre outras—rejeitam a interpretação literal da história da criação narrada no livro de Gênesis e apóiam a iniciativa do biólogo Michael Zimmerman, fundador do projeto e administrador da Universidade de Winsconsin-Oshkosh, nos EUA. De acordo com Zimmerman, o apoio desses líderes representa um divisor de águas na busca da compatibilidade entre ciência e religião. Esses dez mil clérigos estão dizendo que o desenho inteligente e o criacionismo não são apenas uma má ciência, tal como definiu a comunidade científica mundial, mas também uma má religião, pois não é coerente com a visão de sua fé, destaca Zimmerman, que, no entanto, não explicou a que ‘ fé’ ele se referia. O fundador do projeto também afirma que a teoria da evolução é compatível com a interpretação das Escrituras e a fé dos líderes cristãos que assinaram o documento”.
A matéria é assinada por Cléber Nadalutti, que em nenhum momento cita o endereço do site onde foi publicado o tal documento tido como referência para que se pudesse ter acesso à sua íntegra e, assim, fazer uma análise mais precisa e segura de seu conteúdo. Mas o que chama a atenção na matéria (além do fato de haverem líderes cristãos que supostamente apóiam a teoria evolucionista de Darwin) é o destaque que Nadalutti faz dos “darwinistas crentes” serem “de igrejas metodistas, episcopais e presbiterianas” não citando nominalmente, também, as “outras” envolvidas, dando clara impressão a seus leitores que aquelas denominações, em especial, apóiam os darwinistas, induzindo-os a terem uma concepção deturpada das mesmas. Se for fato que aqueles pastores têm essa concepção herética, é certo que não falam em nome de suas denominações nem tampouco as representam. Assim, é de se estranhar que Nadalutti não informe a localização exata do site que contem o documento fonte de sua matéria para que se verifique se o seu conteúdo corresponde fielmente às informações dadas por ele. E se o artigo não teve a intenção de denegrir as denominações citadas nominalmente nem quis ser capcioso, oportunista e desrespeitoso, a forma como as abordou foi imprudente e inconseqüente. A Bíblia nos adverte categoricamente que nos “últimos dias sobrevirão tempos difíceis” devido a Igreja ser atacada e atribulada por falsos mestres e falsos crentes (2Tm 3.1—4.5). O Senhor Jesus disse que a única forma de eles serem reconhecidos é através de “seus frutos” (Mt 7.15-23); que a igreja seria mista, composta por “joio” e “trigo” (Mt 13.24-30). Paulo nos alertou que, antes da segunda vinda do Senhor Jesus, virá a “apostasia” (2Ts 2.3). Por isso, o Senhor Jesus indaga: “quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8b). Portanto, devemos corrigir escândalos e combater as heresias que surgirem no meio da Igreja com toda firmeza; mas também com toda cautela, prudência e ética—apesar da tristeza, danos e estragos que causam—para não correr o risco de fazermos julgamentos e condenações equivocadas antes de se ter, primeiro, informações verdadeiras, confiáveis e incontestáveis do caso (dadas por fontes absolutamente idôneas), principalmente quando se referirem a irmãos em Cristo (de nossa ou de outra denominação). Pois, como disse Jesus: “é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos” (Lc 17.1-2). E, ainda: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1Co 10.12) אַ
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“O jornalista e irmão em Cristo, Cleber Nadalutti, enviou um e-mail de repúdio e esclarecimento acerca do editorial acima. Foi-lhe enviada a devida retratação. Cleber Nadalutti é, como cristão e jornalista, um homem idôneo e de valor e em nenhum momento este editorial teve como intenção ofendê-lo ou questionar a sua fé, ou duvidar da idoneidade da Revista Graça/Show da Fé de quem é editor”.
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Vladimir Neiman
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Editor do UPH INFO BLOG

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