Confiança em Jesus, Entusiasmo na ação e União fraternal

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Editorial

Apesar da tradição cristã, cada vez mais se questiona, no meio evangélico, se devemos ou não comemorar o Natal.
Tal questionamento tem crescido não só por causa da origem histórica do Natal ser comprovadamente pagã, mas também pelo fato de não haver nenhuma fundamentação bíblica e/ou orientação apostólica para essa comemoração.
Para piorar, o Natal tem sido cada vez mais relacionado a Papai Noel, árvore enfeitada com bolas e bibelôs coloridos, luzes e arranjos nas fachadas das casas e prédios, compras e troca de presentes e cartões temáticos, ceia, bebedeira, fogos de artifício e, por fim, ao revestir-se do tal “espírito natalino” que produz (somente na época) um senso de solidariedade, caridade e boas obras. Em contrapartida, é associado cada vez menos ao nascimento de Jesus Cristo e o seu significado para nós.
Surgem, assim, algumas questões: DEUS se agrada do Natal e da forma como nós o comemoramos? E, se a Igreja Primitiva (nascida na era apostólica a partir do Pentecostes— ano I da era Cristã) não o celebrava, por que devemos comemorá-lo?
Dos Evangelhos, somente Mateus e Lucas registram o nascimento de Jesus. Tinham como objetivo, ao mencioná-lo, mostrar três verdades: (1) que Jesus era histórico (realmente existiu); (2) que Jesus nascera de forma miraculosa através do Espírito Santo e, portanto, sem a natureza depravada e pecaminosa de Adão (Rm 5; 1Co 15.45-49; Hb 4.14-15); (3) que Jesus era o descendente do rei Davi e, assim, reinará e governará para sempre (2Sm 7.1-17; Is 9.1-7; Dn 7.13-14; Lc 1.32-33, 69-70; At 2.29-36; 13.22-23; Rm 1.1-4; 2Tm 2.8; Ap 22.16). O ponto central dos Evangelhos não está no nascimento, mas no sacrifício expiatório de Jesus na cruz, na Sua ressurreição, na Sua divindade, no Seu reinado eterno e no comissionamento que fez à Sua Igreja para pregar o Evangelho a toda criatura.
Para muitos cristãos de todas as denominações evangélicas, seria mais coerente comemorarmos apenas a ressurreição do que, também, o nascimento; pois alegam que tanto o nascimento e encarnação de Cristo quanto Sua morte na cruz não teriam efeito se Ele não tivesse ressuscitado (1Co 15). Fundamentam este ponto de vista com a declaração de Paulo: “se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.17-19). A ressurreição de Cristo garante a nossa glorificação (1Co 15.20-28, 35-49). Através dela, foi-nos dada a vitória definitiva sobre a morte física e espiritual, ou seja, a vida eterna. “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na Sua vinda. E, então, virá o fim, quando Ele entregar o reino ao DEUS e PAI, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. (...) O último inimigo a ser destruído é a morte” (1Co 15.22-24, 26). Graças à ressurreição de Cristo podemos declarar com toda confiança e certeza: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a DEUS que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.54-57).
Nesta edição especial pretendemos levar os leitores a uma profunda reflexão sobre o tema através das matérias e debates promovidos. Assim, desejamos que o Espírito Santo dê o devido esclarecimento acerca da comemoração do Natal e mostre a Sua vontade. אַ
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Vladimir Neiman – Editor

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