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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Saúde: Alcoolismo

DOENÇA DO CORPO E DA ALMA

Em novembro de 2006, foram divulgados os resultados do segundo levantamento sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – Cebrid.
O levantamento revela um aumento dos dependentes de álcool no país, de 11,2% da população brasileira em 2001 para 12,3% da população em 2006. Foram focalizadas 107 cidades com mais de 200 mil habitantes e ouvidas 8,5 mil pessoas entre 12 e 65 anos. A pesquisa destaca que é particularmente preocupante o uso precoce do álcool uma vez que, quanto mais cedo se inicia o consumo, tanto maior é o risco de a pessoa tornar-se dependente.
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Uso Cada Vez Mais Precoce
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Cada vez mais recorrente na adolescência, o uso de álcool preocupa por suas conseqüências físicas, mentais, familiares e sociais. Ainda segundo o Cebrid, é importante notar que 48,3% dos adolescentes entre 12 e 17 anos já beberam alguma vez na vida (52,2% rapazes; 44,8% moças). Desses, 14,8% bebem regularmente e 6,7% são dependentes.
De acordo com a psicoterapêuta e professora do curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Berenice Carpediane, a adolescência é um período de mudanças e transformações no corpo e na mente e faz com que o jovem, dentro de um limite, conteste regras e busque uma série de experimentações: drogas, álcool, mentiras, etc. “As atitudes passam a preocupar quando excedem os limites esperados, como deixar de ir à escola, não conviver com a família, cometer pequenos furtos e, a partir disso, envolver-se em coisas mais graves. É nesse momento que os pais ou responsáveis pelo adolescente devem tomar providências”, recomenda Berenice. A psicoterapêuta adverte que o adolescente tem a bebida como a sua principal falta de limite e geralmente procura usá-la como um suporte para entender uma realidade interna desconhecida. “Não estou afirmando que todo adolescente alcoólatra tem um caso inconsciente, mas é muito comum que isso aconteça”, ressalva.
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Influência Familiar
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Na maioria dos casos, a influência da família é fator determinante, como explica o psicólogo Gilberto Ferreira, mestre pela PUC e doutor pela Universidade de São Paulo (USP): “A criança começa a observar o comportamento dos pais desde muito cedo e, com isso, percebe [erradamente] que situações de alegria e prazer estão relacionadas ao consumo de álcool. No decorrer de sua vida, repetirá esse comportamento, relacionando-o sempre a situações de descontração, desafio e coragem, nunca relacionando a um vício”. Além dessa influência, outros fatores poderão levar ao consumo abusivo de álcool, como revela a psicóloga Sônia Regina Solano Paes Breda, do Centro Terapêutico Viva, um centro de recuperação de dependentes químicos. “Curiosidade, ter aceitação em um grupo de amigos, diversão, senso equivocado de liberdade, desafio e autonomia dos dos pais são fatores determinantes. Logo esse hábito de beber para se alegrar e descontrair acaba virando motivo maior de sua felicidade e até se tornando um refúgio para seus problemas”. Acostumada a ver muitos casos parecidos no centro de recuperação, a psicóloga alerta para o fato de o efeito do álcool, apesar de causar euforia instantânea, ser seguido de depressão do sistema nervoso, o que deixa a pessoa ainda mais desconfortável e ansiosa
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Sinais Característicos que Indicam a Dependência Alcoólica
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▪ Beber todos os dias, independentemente da quantidade ingerida;
▪ Distanciar-se da família;
▪ Ficar irritado quando as pessoas falam da bebida;
▪ Começar a beber logo cedo;
▪ Não largar do copo e pensar que todos estão contra ele por causa da bebida;
▪ Achar que só ele está certo em relação à quantidade que deve beber.
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À Espera da Lei
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O Projeto de Lei nº 0630/2006, de autoria do vereador do PSDB/SP, Carlos Alberto Bezerra Júnior, proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais e similares localizados a menos de 200 metros de instituições de ensino fundamental, médio, superior e profissionalizante. Enquanto o projeto não vira lei, o que vemos são muitos bares no entorno de escolas e universidades onde os jovens estabelecem pontos de encontro, deixando, muitas vezes, de freqüentar as aulas.
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O Álcool e o Comportamento Sexual Inadequado e de Risco
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Muitas pesquisas revelam um estreito relacionamento entre o uso de álcool e a prática de comportamento sexual de risco entre jovens e adultos. Entretanto, a compreensão aprofundada dessa questão não se mostra nada simplória. Alguns estudos mostram que o uso de álcool reduz a inibição social, expondo o usuário a comportamentos aos quais ele, estando sóbrio, evitaria. Há especialistas que buscam, inclusive, fornecer evidências dessa relação. Um exemplo é a relação entre a bebida e o aumento de casos de gonorréia e outras DSTs, cujas pesquisas mostram estarem intrinsecamente ligadas. As pesquisas mostram, também, a relação entre a bebida e os casos de acidentes de trânsito; a bebida e a violência familiar; a bebida e as doenças cardiovasculares; etc.
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A Mulher é mais Prejudicada pelo Álcool
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O abuso de álcool causa danos ao cérebro e a outros órgãos da mulher mais rapidamente do que nos homens, revelou um estudo que publicado em maio do jornal “Alcoholism: Clinical and Experimental Research” (Alcoolismo: Pesquisa Clínica e Experimental). As mulheres se tornam alcoólatras mais rapidamente (mesmo bebendo quantidades menores) que os homens, afirmaram os autores do estudo. Os cientistas submeteram 78 homens e 24 mulheres russos de 18 a 40 anos, vítimas de alcoolismo, a uma bateria de testes de suas funções mentais após uma abstinência de quatro semanas e compararam os resultados com os de um grupo de controle de 68 homens e mulheres saudáveis. As mulheres alcoólatras tiveram um desempenho pior nos testes de memória visual, raciocínio lógico e solução de problemas do que os homens alcoólatras.
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(Fonte: www.alcoolismo.com.br) אַ

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