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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Especial

PÉRGAMO, O TRONO DE SATANÁS E O NATAL
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O Senhor Jesus, na Sua revelação ao apóstolo João, na Ilha de Patmos, menciona a cidade de Pérgamo como o trono de Satanás (Ap 2.12-13). Por quê?
É preciso buscar as respostas na História.
Pérgamo, a mais famosa cidade da Mísia, estava situada no vale do rio Caíco, a 30 km do Mar Egeu, o que lhe conferia grande importância comercial e religiosa. Havia sido uma cidade-estado grega, doada ao Império Romano em 133 a.C. por Atallus III. A célebre cidade possuía a segunda mais importante biblioteca do mundo, com 200 mil volumes, os quais foram levados depois para Alexandria.
Quanto ao aspecto religioso, Pérgamo era considerada, segundo uma lenda, cidade natal do deus Júpiter. Sob o domínio dos reis atálacos, a cidade se encheu de templos, colégios e palácios reais. Um dos principais monumentos era o templo dedicado ao deus Esculápio, representado por uma serpente. Estavam ainda sediados em Pérgamo quatro dos maiores cultos aos deuses gregos: Zeus, Atena, Dionísio e Asclépio, cujos templos possuíam majestosa beleza arquitetônica. A cidade tinha, também, uma antiga forma de adoração pagã e um antigo culto babilônico (o culto dos magos), além de ser um centro de propagação do culto ao imperador.
Antes de o apóstolo João escrever o Apocalipse, Antipas morreu como mártir em Pérgamo. A influência da Babilônia na transformação de Pérgamo em “trono de Satanás” e, mais tarde, na transformação de Roma em assento da “grande prostituta” (Ap 17.1), remonta ao ano de 487 a.C. Naquele ano, pelo fato de Artaxerxes haver tomado a Babilônia, a hierarquia religiosa daquela cidade se transferiu para Pérgamo. De Pérgamo, o supremo pontífice da Ordem Babilônica legou como herança, por lei, toda sua autoridade e domínio à hierarquia babilônica de Roma e, assim, os Césares se tornaram pontífices máximos e soberanos dessa organização idólatra. Esses imperadores romanos ostentaram tais títulos com todas as cerimônias, ritos e dignidades pagãs, mesmo depois de nominalmente convertidos ao cristianismo.
O primeiro imperador romano a receber tal autoridade foi Caio Júlio César, o qual foi eleito pontífice em 74 a.C. e, posteriormente, promovido a supremo pontífice em 63 a.C. De Júlio César a Graciano, todos os imperadores exerceram a autoridade babilônica; porém, este último (Graciano), em 376 d.C., considerou que não convinha a um cristão ser pontífice da ímpia e idólatra Babilônia. Por isso, renunciou ao título.
Não havia, naquela época, tribunal que julgasse os pagãos, por isso seguiu-se a confusão. Então, a autoridade da Babilônia foi outorgada ao bispo de Roma, Dâmaso, no ano 378 d.C. e colocada sobre ele, que se tornou o pontífice máximo. Dessa maneira, concluímos que o poder papal realmente provém da Babilônia.No rastro da paganização – O caminho para a paganização do cristianismo romano foi inaugurado no início do século IV quando o Papa Silvestre, falecido em 335 d.C., adotou a mitra dos sacerdotes pagãos, a qual aparece nos mais remotos monumentos assírios e egípcios, e era usado como símbolo de autoridade pelos egípcios, assírios, hindus e medos. A mesma mitra era usada na Pérsia pelas autoridades eclesiásticas.
No ano 381, surgiu o decreto da adoração à virgem Maria que, de maneira alguma, honra à bem-aventurada mãe do Salvador; porque tal adoração se inspirava nos mistérios babilônicos e não nos preceitos bíblicos. Acompanhando essa heresia, a qual, mais tarde, ficou conhecida como “mariolatria”, várias outras novidades (ou seja, doutrinas estranhas à Bíblia) foram admitidas no seio da Igreja de Roma, como a adoção das rezas Ave-Maria e Pai-Nosso, que surgiram por volta do século XI e, a partir de 1326 d.C., tornaram-se rezas comuns entre os católicos.
Natal: nascimento do Sol? – Não foi apenas a mariolatria que foi introduzida pelo catolicismo. O cristianismo originário de Roma avançou tanto na sua tentativa de cristianizar o Natal babilônico, que se consagrou até mesmo o pinheiro como símbolo natalino, não desconhecendo, por certo, que era esta a árvore preferida de Tamuz. Segundo algumas autoridades no assunto, a Bíblia se refere à celebração do Natal pagão quando afirma: “Por que os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado. Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova” (Jr 10.3-4).
Outro aspecto pagão do Natal é a data de 25 de dezembro, rejeitada por muitos especialistas em História e Cronologia Bíblicas. Embora seja de importância capital por marcar o início da Era Cristã, a data do nascimento de Jesus ainda não foi satisfatoriamente definida. Assim, o nascimento de Jesus foi comemorado no dia 20 de maio no Egito e na Palestina, até o século III; e, em outros lugares, no dia 06 de janeiro ou no dia 25 ou 28 de março. O imperador Aureliano estabeleceu, em 275 d.C., a comemoração obrigatória da natividade do Sol Invicto no dia 25 de dezembro, data que foi adotada pela Igreja Romana, a partir do ano 336 d.C., para a comemoração do nascimento de Jesus, como reação ao paganismo. O dia 25 de dezembro aparece pela primeira vez no calendário de Philocalus (354 d.C.). No ano 245 d.C., o teólogo Orígenes repudiava a idéia de festejar o nascimento de Cristo “como se fosse Ele um faraó”.
A data atual do Natal foi fixada no ano 440 d.C., a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas nesse dia: a festa mitraica (religião persa, rival do cristianismo nos primeiros séculos), que celebrava o Natalis invicti Solis (Nascimento do vitorioso Sol), e várias outras festividades decorrentes do solstício do inverno, como a saturnália em Roma e os cultos solares entre os celtas e os germânicos.
Segundo alguns conhecedores no assunto, o nascimento de Jesus teria ocorrido, provavelmente, entre a segunda metade de março e a primeira metade de abril, quando faz calor na Palestina, e não em dezembro, época em que o forte frio desaconselharia a iniciativa imperial de realizar o alistamento (censo). Reforça esse argumento o fato de os pastores estarem no campo na noite de Natal. É possível que, devido ao calor, os rebanhos permanecessem no curral durante o dia, à sombra, e fossem apascentados à noite. אַ
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[Abraão de Almeida é pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA. Autor de mais de 30 livros em português e espanhol]

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