Confiança em Jesus, Entusiasmo na ação e União fraternal

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Família

DEPRESSÃO INFANTIL
.
Criança, ao contrário do que muitos pensam, também pode sofrer de depressão. Pode até mesmo cometer suicídio (caso não muito comum no Brasil, mas comum em outros países, como por exemplo, o Japão).
A depressão em crianças se manifesta por meio de características diferentes das encontradas nos adultos e adolescentes. Em geral, a duração da depressão em um adulto é de vários meses a dois anos—se não for tratada—e a época de seu início pode ser identificada.
Em estado de depressão, a criança apresenta melancolia, apatia e desânimo profundo que duram muitos anos. Na infância, não se trata de uma doença no sentido usual do termo, mas de um traço básico da personalidade da criança.
A criança deprimida encara o mundo por meio de “óculos escuros”, pois não tem a alegria e a atividade efervescente das crianças normais. Os gestos e as expressões faciais exibem tristeza e falta de entusiasmo. Muitos pais podem interpretar que seu filho(a) deprimido(a) é uma criança madura ou sóbria demais para a idade que tem, não considerando que, na verdade, ele(a) está com um sério problema. De fato, ele(a) possui poucos amigos, tem uma vida solitária e estabelece relações, especialmente íntimas, com grande dificuldade.
Algumas vezes, crianças deprimidas são levadas ao pediatra para tratar uma anemia inexistente ou tomar um fortificante porque está sempre desanimada. Talvez, observadores que não são da família a considerem uma criança bem quieta ou muito pacata. Em determinadas ocasiões, os pais a flagram chorando sozinha sem que ela saiba explicar a razão do choro. Em muitos casos, a criança deprimida sofre de insônia, tem uma opinião depreciada de si mesma e, na pré-puberdade, não se sente ajustada em relação a outras crianças. Além disso, a melancolia que sente—em muitos casos—é produzida por indiferença, irritabilidade crônica, críticas e censuras injustas e habituais, além da frieza geral com que são tratadas todos os dias por seus pais e outras pessoas desde o berço.
Há outro fator que pode explicar a depressão infantil: a criança sofrer ou ter sofrido abusos emocionais, físicos ou sexuais (infelizmente esta realidade é comum em muitos lares brasileiros). Por essa razão, os antidepressivos oferecem pouca ajuda, embora possam ser usados no contexto do tratamento. Nesses casos, o tratamento eficaz consiste em sessões de psicoterapia e aconselhamento (pastoral e psicológico) para os pais, em sessões de casal ou grupo, a fim de desenvolver novos tipos de relacionamento entre a criança e seus pais. Junto à psicoterapia, a ludoterapia (terapia por meio de brincadeira) deve ser conduzida com a criança. Nesse procedimento, o terapeuta tenta aumentar o amor próprio da criança e oferecer uma visão nova de seu valor como pessoa. A mobilização de outros membros da família (tais como tios, avós, primos) também pode auxiliar. Vale ressaltar que há outro dado que pode ajudar no esclarecimento do problema: o fato de haver caso de depressão na família. Por vezes, os pais rejeitam as sugestões de tratamento e culpam o filho pelo seu desânimo e falta de entusiasmo. “Por que ele(a) é assim, apesar de todas as vantagens e o lar seguro e bonito que lhe damos?”, questionam alguns pais. “Ele(a) deveria ser grato(a) e comportar-se melhor!”, pensam outros. “Quando eu era criança, não tive as oportunidades que ele(a) teve”, argumentam. Em alguns casos, por causa desse raciocínio, com o decorrer do tempo, pode haver uma cisão profunda e permanente entre pais e filhos. Os filhos precisam receber carinho, afeto, incentivo, valorização e bons exemplos de seus pais, ainda que eles (os pais) precisem discipliná-los muitas e muitas vezes. A disciplina é um ato de amor e um instrumento necessário e fundamental de educação e aperfeiçoamento do caráter do filho. Mas deve ser exercida com sabedoria, equilíbrio e amor. Os pais constantemente devem pedir a DEUS sabedoria e iluminação do Espírito Santo. Pais, o problema de depressão infantil é grave e deve ser levado a sério! Segundo pesquisas recentes, o suicídio de crianças antes dos dez anos tem aumentado preocupantemente nos últimos anos. As causas principais são o freqüente sentimento de desamor, negligência e solidão que elas experimentam. אַ
.
[Dra Vilma Soares Carnevale é médica e membro da Igreja Metodista Livre em São José Campos - SP]

Nenhum comentário: